Partilham-se os poemas
como na igreja se partilha o pão
na hora da comunhão.
Deixa-se o azedume vir à tona,
o vinho jorrar nos copos,
o amor explodir no olhar,
planar
perante o prazer
de dar, de comungar.
Ouçamos os outros
não queiramos o troféu do verbo
só para nós.
Deixe-se o caminho
tomar todas as direcções.
Fechados outros sentidos,
cegos, mudos, sem cheiros
ou sabores
que a palavra seja o divino,
o sagrado, o barco pronto a navegar.
O banquete prometido,
o livro riscado,
resposta a dilemas antigos,
o verde do mar límpido,
após uma tempestade de lírios.
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