Na caravela da
vida
embarquei meu
coração,
fui à procura de
pão,
encontrei só o
degredo.
No Continente do
fogo
espremi o meu
suor,
o corpo, alma,
deixei de ter
esperança,
regressei onde
parti.
Esqueci Vasco da
Gama,
os ventos
alísios, o suão,
sentei-me na
orla do mar
a pensar na minha
sorte.!
Fui empurrando o
barco
carregado de
riquezas,
eu de mala vazia
nem pérolas nem
reais .
Apanhado de
surpresa
entre o silêncio
e o medo
refiz-me de manhã
cedo
com bacon,
biscoitos,
café negro da
Guiné.
Deixei a Índia e Benim
o calor e os
mosquitos,
a viagem não
tinha fim,
parti nos finais
do Verão
e cheguei no
Carnaval.
Estava mais
morto que vivo,
entre o Entrudo
e um cozido
venceu sem
dúvida o mais forte
para o aconchego
do estômago.,
Enfim na terra
mãe,
pobrete mas
alegrete
descanso afinal
de todas as aflições.
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