Presa à sua pequenez
e à cintura de classe média
mediana,
vai vestida de Zara pela rua
pensando em alta costura
aperaltando-se
com o último elo
de uma cadeia de produção.
Cola o nariz bicudo
à montra do Marcolino,
vê a última tendência
dos relógios suíços,
estão como os da igreja
da sua terra
numa torre alta
dando horas só para alguns.
As casas de arquitectos
consagrados
guardadas por altos muros
são o vislumbre último
de um longínquo lugar ao sol.
E um Jaguar
ah, um Jaguar verde
onde iria a Luísinha
de vestido de cetim
pavonear-se na marginal
ancestral,
da cidade de Espinho.
Não toma em conta as explicações
o topo tem códigos rígidos,
alçapões, segredos,
degredos, desilusões,
espezinhamento múltiplo,
pragas rodadas, sarnas,
quermesses e muitas lágrimas,
tédio, inocências perdidas.
Degustam não comem como a Luísinha
uma francesinha apimentada
na Capa Negra da Baixa,
numa sexta feira ao fim da tarde.
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