No bairro das Fontaínhas
por entre vielas estreitinhas,
casas de paredes rasgadas,
ondas de roupa secando ao sol,
lajes antigas cobrindo ruelas,
despertam nas bermas
pequenas flores.
O vento soprando forte
do rio
arrasta de quintalejos sementes
leves
e o milagre da germinação acontece.
Os barcos percorrem o Douro
os turistas aplaudem tudo,
dançam rindo
ao som da música pimba
de que nada entendem
a não ser que é para pular.
O tempo é inseguro
nesta Primavera de nome,
capas e guarda-chuvas
esvoaçam pelas ruas
correndo até aos cafés,
degustam a nossa gastronomia
que os autóctones
não podem provar.
A cidade renasce das cinzas
por todo o lado reconstrução
o capital aproveitando a ocasião.
Mas o que me fica
são as flores
brotando e salpicando de cor
a gasta e negra calçada.
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