Noite, luar,
ralas,
pirilampos,
sapos, morcegos,
circundando o
jardim
ensombrado,
a dormir.
O silêncio é
pesado
atravessado
apenas
pelo coaxar das
rãs no lago.
A gata da
vizinha
recentemente
parida
transporta na
boca
as suas crias.
Deposita-as no
cesto da lenha
junto ao forno
onde de quando
em vez
asso um cabrito.
A casa fica num
baixio,
de noite o céu e
as estrelas
são a única
paisagem
que entra pela
minha janela
entreaberta.
O mar dista meia
dúzia de quilómetros
a nascente,
chega aqui o cheiro a maresia,
a barcos parados
que nunca
chegaram a partir,
a velhos
marinheiros
fumando
cachimbos esquecidos
no baú das
recordações.
Tu que não
chegas,
a chave que não
roda
na porta da
entrada,
que frio,
deixa-me ir
dormir.
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