terça-feira, 26 de novembro de 2019

IN MEMORIA


IN MEMORIA
de FIRMINO MOREIRA

Biologicamente alto,
aprumado,
acordado para o mundo
cofiando o vaidoso bigode,
sem medo da exposição
aventurou-se nos mistérios
da pintura, da poesia.
Pertencia onde estava gente,
de lenço colorido ao pescoço
bajulando as damas à antiga
com vénias e ósculos
nas bochechas.
Não iremos mais pelo Norte fora
perdidos nos matagais e
estradas florestais
para comer cabrito à montanhesa,
beber um copo de tinto caseiro,
saborear pudim escorrendo caramelo.
Neste poema de saudade, lembranças,
de pessoas boas e doces que nos
atravessaram,
do que se viveu,
das intenções para depois,
 das certezas, das hesitações,
da leveza que queríamos o ar
respirado pelas manhãs
tendo um livro na mão.
Da música ouvida e tocada
num piano cheio de histórias
e dores.
Partiu neste Outono triste
como um meteorito
galgando terra e céu
sem nos dizer Adeus.

Maria Olinda Sol

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