Nunes Amaral
DIA DE OUTONOUm ventinho frio
varre o tampo da mesa,
as mãos geladas,
o livro que leio
esfolheia sozinho,
onde estás sol
enquanto as janelas
e as portadas
permanecem fechadas
neste dia escuro,
molhado.
Portas com história,
aldravas e batentes
abrem e fecham
só para dar guarida
aos moradores tiritando.
Nas varandas de ferro forjado
ninguém rega os vasos.
Eu procuro verbos
para conjugar
um Outono triste.
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