Mário Couto
OUTONO
Outono, no Porto granítico,
o céu enevoado e cinza,
dia sim, dia não.
Os turistas aos magotes
em grupos enfileirados
guiados por rapazes e raparigas
alguns até cantam o fado.
As mulheres entram apressadas
em ourivesarias antigas
e compram jóias em filigrana.
Uns param nas calçadas
e tentam interpretar
os desenhos calcetados.
À tarde quentura,
à noite sopra um vento do rio,
põem as damas uma echarpe
antes do jantar na esplanada.
O Porto empurrado
por estes pilares inesperados
fica lavado graças a eles.
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