Alberto Ulloa
MANSARDA
Este era o sítio
onde dormíamos
por força do calor
com o pote de água
na mesa de cabeceira,
os pés espetados
na parede, latejando.
A aldeia sempre esteve lá
triste e silenciosa
com casas de lavoura
cheirando a excremento
de gado.
O pão era cozido
semana a semana,
amarelo da cor do milho,
denso
tal qual as cabeças dos labregos
que o cultivavam.
As uvas caíam das latadas
escuras, sumarentas,
enchendo-nos de “medalhas”.
Queríamos pouco,
banalidades, passar o tempo,
fazer de índio ou americano,
vencer todas as guerrras
dentro da nossa cabeça.
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