O mar continua
longe
hoje sereno com
pequenas ondas.
É visceral,
metê-lo dentro
de frascos,
bebê-lo nas
noites mais prementes.
Uma linha de
barcos no horizonte,
minimal,
a tela do pintor
de rua
enche-se de traços
e eterniza o
balanço da água.
As dunas
desgastam-se
forçadas pelo
vento,
os chorões
abraçam-nas
fixando a
muralha protectora
ao avanço das
águas.
Um casal
destemido
toma banho nu
no Novembro frio.
A chuva sem se
anunciar
cai de supetão
molha ainda mais
corpos humedecidos.
O fim do dia
trouxe um arco-íris,
as nuvens negras
cobrem as
pessoas,
o mar,
a vontade de
integrar
os mistérios
milenares
do oceano eterno.
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