No fim pouco
resta.
Estamos, mortos
antes de o sermos.
Não somos nós,
somos o que
terceiros
querem que
sejamos.
Até Deus se
ausenta:
aguenta até ao
sinal da partida…
Entretanto,
arredamos a morte
da cabeça,
vamos tocando a
terra com os pés,
a humidade
entranha-se na pele,
renascemos.
Quão generosa é
esta essência,
os ossos enrijecem,
sabe melhor a
marmelada,
os sucos de
cereja
escorregam entre
os dedos
como sangue
caindo no deserto.
Os bichos
devoram os restos,
nada se perde,
o céu confunde-se
com a terra,
refrescam-se as
memórias,
os trovões
provocam as nuvens,
há ameça de
chuva
tudo reverdece.
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