Sendo luar
a entrar na sala,
sendo um doce
de Páscoa
a consolar,
sendo um regato
a refrescar a
terra,
inteiro, íntimo,
sendo um feixe
de luz
raro, único,
sendo pessegueiros
a multiplicar-se
na planície crua,
sendo o olhar,
que pela primeira vez
te viu,
sendo o amor
a rasgar a
merenda
na mesa sempre
farta,
sendo a dádiva
incondicional
do pão, vinho,
fruta,
colocada sem
pressão
na mesa antiga!
Acabou a
floração,
a chuva bate nos
vidros,
inunda os campos,
fim!
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