José Gonzalez Collado
INVERNO
Falo no Inverno,
as laranjeiras cheias
e os limões
quebrando os ramos.
O resto a geada queimou.
Retiro as últimas pencas,
os últimos brócolos roxos
espigados.
Há muita compota
no frigorífico,
doce, cremosa,
para saborear devagar
no pão quente de centeio.
As courelas ficam num alto,
os olhos bem abertos
fotografam a paisagem.
O silêncio absoluto,
roçam as palavras na cabeça,
é certo quererem
impressão na página última
do caderno de poemas.
Parada, sou dali,
daquela natureza verde, desperta,
presente, eterna,
parte da vida, parte dos sonhos.
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