terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

DEVANEIOS

José Gonzalez Collado

DEVANEIOS

Nas incertezas do presente,
num tronco rasgado
traço círculos de ouro
encostados a cubos filetados.
Pouso os olhos neste sítio
que podia ser o meu sítio,
onde aguardo o voo da borboleta,
num resguardo protegido
de natureza ainda intacta.
Abandono-me ao meu respirar
sem gente nem pássaros,
contando a cores do arco-íris
no curvado céu plúmbeo.
Ao lado uma prenda
o cesto de ameixas doces,
o pão de nozes e canela,
água da fonte, fresca e cristalina.
Na mão um copo de vidro
verde e martelado,
uma sede sôfrega
emborca a água.

Sem comentários:

Enviar um comentário