Ana Cristina Dias
PAISAGEM MATINAL Acordar com a brisa da manhã,
abancar na mesa de pinho velho,
comer a fatia de tarte de maçã,
beber devagar
o chá de Lúcia-lima
traçado com leite magro.
Olhar pela janela baça
debruçada sobre uma tília majestosa,
vislumbrar os pássaros a planar,
sem pressas, sem contas a pagar.
Esfregar os olhos,
que preguiça santo deus.
E o trabalho? Que lembrança!
Pegar o autocarro da carris,
ir como sardinha em lata,
cumprir o horário,
as ordens do chefe,
sem direito a reclamar.
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