António-Lino
UM INVERNO RIGOROSO
Em hemorragia a
água
salta
pedregulhos,
limpa as ruas
inclinadas,
cai em caxoeira
até chegar à
Ribeira.
Agiganta-se
diante
dos trémulos
navios
agachados no
cais,
amedrontados com
a raiva
da natureza em
fúria.
Amainados os
ventos,
a água bate
ternamente
no molhe gasto
deslizando
pausadamente
para a foz que a
espera.
A explosão, o
ribombar
do trovão,
deu lugar à
calmaria,
alguém já se
aventura
a correr na
marginal
com braços em
prece
a pedir a
Primavera.
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