Às vezes,
em dias de
fastio,
leio os anúncios
dos jornais,
há quem venda,
há quem compre
móveis, imóveis,
amor, desamor,
o tempo, a vida,
o desperdício,
os restos,
o vazio, a alma,
bancos,
aeroportos,
rios, cidades,
os peixes já
mortos,
lotes especiais
de vinho do Porto.
Vende-se
esperanças,
relógios
herdados,
gritos
inconformados,
um país tratado
com aspirina,
o nome
Portugal.
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