quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

FIM

José Gonzalez Collado

FIM  

Os olhos percorrem a casa
agora vazia,
as passadeiras gastas
cobrem um chão velho,
os copos, os pratos esbetonados,
serviram de mão em mão
festas e comemorações.
Hoje são fósseis, não existem,
não têm serventia.
Foram belos os armários,
as secretárias, a credence.
O pó, como argila branca
cobre as memórias,
as ânsias, as lembranças.
Delírio é querer continuar
navegando em águas mortas.
Frágeis, agarramo-nos a tudo

esquecendo a brevidade das coisas.

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