A casa plantou-se
junto
de um espelho de
água,
aberta às árvores,
aos pássaros,
a todos que a
querem.
Ao fim da tarde,
sentada na mesa
grande,
tudo embriaga.
A caneta gasta
que escreveu
toda a semana,
poesia agitada,
o odor das
flores de laranjeira,
o verde das
maçãs,
o despertar do
Verão.
O sol bate,
agressivo,
queima a pele,
enche a alma.
Sorvo a doçura
do silêncio que
se pôs
e a paz descida
numa asa
de cristal.
Há um rumor de
mar,
a envolvência de
uma tarte
de chocolate e
framboesas,
vermelhas como
sangue.
Trincá-la
devagar,
a boca
confundindo-se
com desejo,
o peito aberto
ao dia,
existo
certamente.
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