Maria da Glória
VOAR
Quando era
menina
a noite
tinha sonhos dentro,
alada voava
sobre o
riacho da aldeia
pejado de
nenúfares e rãs.
Às vezes
caíam-me as asas
e aterrar
era medonho
com tracção
aos dois pés.
Ao ser
perseguida pelo vilão
saltava o
coração,
as rezas
ensinadas pela religião
não
funcionavam,
batia repetidamente
as asas
e nada.
No último
segundo antes
de ser
torturada
arranco em
velocidade, e voo,
deixando de
boca aberta o paspalhão.
Tudo se
passava fora da hora
do
expediente,
em noites
mágicas e quentes.
Sem comentários:
Enviar um comentário