Luís Morgadinho
ADMITO
Admito,
não estava na luta,
gritando na praça pública,
contra os cortes dos subsídios
de férias e de Natal!
Admito,
não me revoltei,
ouvindo o discurso
do nosso Primeiro Ministro,
achando que a dor de um povo,
era uma triste pieguice!
Não disse basta
perante aumentos generalizados,
dos bens básicos!
Admito,
não fiz greve
quando baixaram os salários,
quando reduziram ajudas,
à miséria envergonhada!
Admito,
não acompanhei a marcha
dos indignados!
Estava já tão fraca,
desiludida, aturdida!
Admito,
estando eu esangue
quando nos chuparam
com colossais impostos,
não desci as escadas,
tão fracas estavam as pernas,
para lhes atirar pedras,
e morri,
fazendo um grande favor
a mim
e ao país,
que de cobardes está farto!
Uma confissão que poucos são capazes de fazer mas que fica muito bem numa alma com gosto pela LIBERDADE.Muitas vezes pensamos que não fazemos falta e ficamos em casa por este ou por outro motivo mas depois vem este toque a rebate e este mal sentir connosco porque o nosso lugar ficou vazio numa praça apinhada de gente.PARABÉNS AMIGA E OBRIGADA PELA PARTILHA
ResponderEliminarSó unidos venceremos a dor desta Pátria amada! Abraços.
ResponderEliminarParabéns, Poeta amiga.! Excelente confissão poética do sentir de quem tem alma Portuguesae chora o estado a que este País chegou.Sabe tã bem como eu, que alguns dos que se manifestam na ruas continuam a eleger os seus algozes.
ResponderEliminarMuito obrigado
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