António Sampaio
BUGAMBILIA
O caminho pejado
de flores de bugambilia,
os pés esmagam-nas,
levanta-se um odor
a seiva libertada.
Cresceu, cresceu o arbusto,
tomou conta da parede
e plantou-se a seguir
nas nossas memórias.
Cravada a um canto do jardim
virado ao sol,
exige apenas água.
Quem o plantou foi-se,
talvez por falta de cuidados,
a bugambilia apagou-se,
a labareda vermelha
inundando a parede sul
da gasta casa
foi-se a seguir.
Já não há flores,
nem caminho atapetado
só a triste certeza
que tudo se acaba.
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