COLLADO
UMA BIBLIOTECA ESPECIALEra uma professora primária
em época salazarista,
muito trabalho, muitas crianças,
uma ridicularia de salário,
os tostões contados,
a tristeza de não ser recompensada.
Naquela aldeia perdida
sem permissão para sonhar,
sacudiu o marasmo
e criou uma biblioteca pública.
Os primeiros livros
consegui-os de um poeta,
inconsequente como todos os poetas,
expurgou-se do que mais gostava.
Mas quem queria ler poesia?
Pelo final do ano escolar
a surpresa foi geral,
cada criança recitou um poema,
elaborado por si na turma.
A biblioteca cresceu,
a professora saíu,
os alunos agora homens,
são por certo criaturas melhores.
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