Jorge Vieira
PORTO ASSOBERBADO Dizem que é Verão,
a luz é frouxa,
o ar pesado.
O céu ponteado de nuvens,
o vento forte.
Os turistas correm a cidade
de lés a lés,
o GPS numa mão,
mapa na outra,
fotografam até a alma
dos tripeiros enjeitados.
Tantos linguajares
dizendo à urbe granítica:
bela, belíssima.
O sossego é uma pausa
no frenesim de descobrir
os mistérios do Porto Velho.
Saltam as francesinhas no molho
picante, carago,
a cerveja fresca
risca a garganta,
alivia o pigarro.
Ao cair do dia o Lúcio cansado
de tanto carregar cimento,
aplicar tijolos, aplainar paredes,
pergunta: porque me rejeita a cidade?
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