Constância Nery
INFÂNCIA Da infância
guardo os dias claros,
a presença de Deus
tão perto,
dentro da capela do lugar.
As crendices
contadas nas desfolhadas,
o medo da noite
com ecos de lobisomens
e gritos de almas penadas.
A janela aberta
sobre os montes
a abarrotar de árvores.
As estrelas
sob um céu imenso
inundando de luz a mansarda.
Não imaginava
as perfidias dos outros
e jogava cartas
na mesa de granito.
Rabiscava
estados de alma
bebendo ainda quente
o chá de limão.
Os segredos guardava-os
num silêncio lapidar
sonhando com a queda
da estrela polar
no meu colo dobrado.
Sempre que possível faço singela leitura de uma das muitas ricas páginas poéticas criadas pela poetisa Maria Olinda Sol. Regularmente a obra de Maria Olinda é lida também pelo seu marido, que escolhe excelentes textos poéticos e os valoriza com a sua excelente interpretação. Viva a poetisa, que produz com muita energia. Constância Nèry
ResponderEliminar