Edvar Munch
NOITE DE FÉRIAS
As noites eram enervantes,
a luz fraquita perdia-se
iluminando apenas a mesa
da cozinha.
Enquanto alguém lavava
a louça do jantar,
a mãe em alta voz despachava
o terço infindável.
Um resto de azeite caído no chão,
o gato pardo lambia a mancha
como lambia tudo.
Morriam as férias devagar
num quotidiano sem surpresas,
nada acontecendo de relevante.
Olhavamos por cima do muro
à espera de um grito,
de um balão de hélio,
qualquer coisa inusitada,
extravagante, diferente.
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