José Gonzalez Collado
DESCREVENDO
Os olhos circundam o arvoredo,
insinuam-se entre a raiz e o fruto,
o vento sussurra perto,
vergam os ramos indefesos.
As fruteiras de tronco rugoso,
nobres e fartas,
homenageiam os deuses,
entre a crença e a dúvida
um melro passa em voo raso.
Torcem-se as mãos à procura de cerejas,
os lábios são lápis
inventando poemas.
Faz-se um silêncio silencioso,
a horta respladece
debaixo do arco-íris,
o hibisco ganha penas, bico, asas,
torna-se um pássaro
no céu infinito.
Olho a natureza
e cinjo-me à minha condição
pequena de ser só um ponto
entre tantos pontos intensos.
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