Carlos Almeida
UM DIA DE CHUVA
Os pássaros voam baixo,
a cidade enegrece,
os lampiões cintilam
nos intervalos das casas.
Os passos apressam-se
ocultando a beleza da arquitectura
secular e sólida
com granito e vozes garridos.
Tanta chuva, mês de Novembro,
os gatos escafedem-se
em buracos de muros
abraçando edifícios
votados a soçobrar.
Os turistas fugidios
arrastam as capas longas,
entram nos cafés iluminados,
pedem do vinho de Porto,
rabanadas doces
envoltas em calda de fruta fresca.
Não se atrevem, por hora
a enfrentar a chuva gelada,
o silêncio da cidade molhada.
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