collado
DIA DE OUTONO
O sofá é grande,
uma manta protege o corpo
frio,
dois cálices de Porto
é demais.
O telejornal desencantado
na edição das oito,
deixo passar o tempo,
a depressão Catrina
empurra os ramos das árvores
em dança furiosa
contra a janela.
Os olhos perdidos,
os pés nos chinelos,
o dia valeu a pena
porque fiz dois poemas.
É noite escura,
as crianças da vizinhança
choram alto,
por um instante
o prédio é deles,
a sua liberdade
cabe dentro de um quadrado,
o choro atravessa as paredes
e chove torrencialmente.
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