terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

VOLÚPIA


Collado
VOLÚPIA

O momento é este
secreto,
uma sala vazia,
a dança dos corpos,
lentos a esticar as vértebras
escorrendo suor
húmido, pegajoso.
O ímpeto do toque
é um choque,
a coreografia de supetão,
passa à acção,
a madrugada tem história
no encontro
de cada fio de cabelo,
no colar das bocas.
Lá fora um vagabundo
de garrafa na mão
canta à lua
a Marselhesa perdida.
Os braços pendem salgados,
calam-se as palavras
não interessa o mundo.

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