Silvana Violante
UMA TARDE
ENCANTADA
Elisa
à porta do
teatro de S. João
questiona
por onde começar.
Rodar em cima
dos tacões
no átrio
observando os
cartazes
anunciando novas
fitas,
comer o
chocolate de avelãs,
pavonear-se por
entre os cinéfilos.
Até as luzes se
apagaram
era gastar tempo.
Que chatice a
publicidade
antes do ecrã se
encher
com a vibrante
história
de filme de
sucesso.
Jovens amantes
lindos,
tudo para serem
felizes,
mas a vida, oh a
vida
com golpes
baixos
destrói as
ilusões
e mata a mocinha.
Interrompida a
sôfrega vida,
abre-se a
carteira à socapa,
limpam-se as
lágrimas,
soluça-se de
boca cerrada.
Foi curta a
existência
para tão grande
amor.
Lavou, a fita, porém,
a alma,
a emoção ao
rubro,
sentada no banco
zonzo
do trólei,
a caminho de
Gaia,
a Elisa trinca o
último pedaço
do chocolate de
avelãs,
conforta-se o
corpo,
a noite está
triste.
Sem comentários:
Enviar um comentário