Há dias assim:
a cabeça pesada,
o verbo não flui.
Congeladas as
palavras,
envoltas em
sombra,
dormindo sobre
almofadas.
Acordo,
as pereiras
frente ao quarto,
floridas em
branco,
anunciam
Primavera.
Dentro do quatto
pequeno
soa uma música
dolente,
nordestina,
brasileira.
É a última cisma,
ouvir canções
estrangeiras.
O vento forte
arrasta a
portada da janela,
que bate, bate.
qual relógio
antigo
contando as
horas do dia.
O galo pedrês
dá ordens no
galinheiro
às galinhas
poedeiras.
As minhas mãos
suadas
sustentam a casa,
os sentimentos,
pensamentos,
a vida.
Sem culpa pelas
imperfeições
A custo,
custando,
lá saem as palavras,
engendra-se o
poema.
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