O couro do sofá
azul
foi-se gastando,
o branco das
cortinas
amarelecendo.
Empoeirou-se a
louça
nos armários,
esbetonaram-se
as sancas,
tudo vai
envelhecendo.
O corpo é menos
ágil,
as rugas
acentuadas,
o cabelo mais
grisalho.
Gastámos os dias,
o amanhã tem que
ser hoje,
o futuro um sonho.
Tenho saudades
dos que foram,
fazem falta,
antes estorvavam.
Ai vida,
contradições,
agora quero,
logo não.
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