Foi anunciado
com alguma pompa
e circunstância,
em todos os jornais,
com letras garrafais:
viragem política,
ou seria voragem?,
o PSD ganhou as eleições!
Miserere Dei!
Perdeu-se o futuro
começou a destruição
de um país fragilizado,
querendo muito encontrar soluções!
Miserere Dei!
Tudo, segundo consta,
programado
por economistas iluminados,
neo liberais,
político europeístas convictos,
desejosos de um cadinho
para experimentar
a eliminação do Estado Social!
Miserere Dei!
Estávamos aqui em sossego,
expectante,
numa ajuda fraterna,
sem darmos por isso,
puseram-nos o açaime,
arrastaram-nos para o abismo,
esperando dar o pontapé final!
Miserere Dei!
Não há pão
para pôr na mesa,
nem trabalho
onde o ganhar,
os velhos em soluços
encostam-se aos muros,
temem que a esmola
mingue cada vez mais!
Miserere Dei!
Quanto tempo durará o degredo,
o apocalipse do medo,
o susto,
a pobreza?
Miserere Dei!
O que será preciso
para nos livrar da carraça
que nos dá bem que coçar!
Miserere Dei!
Portugal é um campo de batalha,
as nossas armas o grito,
a praça pública o eco
da nossa inquietação!
Miserere Dei!
Que filosofia política é esta,
cheira a bafio,
não é esta a Europa que queríamos,
da solidariedade fraterna!
Miserere Dei!
Anjos da Guarda nos acompanhem
e se Deus não ajudar,
não atrapalhe ao menos
os encontros ao luar,
a esperança que ainda temos!
Miserere Dei!
Geração das lousas e ardósias,
que viram os dois lados da vida,
inventem uma nova História
sem vendilhões,
antes que nos esmaguem
com o peso das suas botas cardadas!
Miserere Dei!
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