Ignácio Hábrika
MENDIGOS
São mendigos de olhar gasto
numa cidade fugidia
pedem para tudo e para nada
na sua vida emprestada!
Quem saciará tal fome,
quem calará tanto frio,
quem embalará o feitiço
de milhares de olhos
sem lugar de abrigo?
Percorrem as ruas barulhentas
em esgares ensaiados,
quem tem coração, quem tem,
quem me quer dar hoje
o pão?
Metem a moeda ao bolso
sem olharem ao desgosto
de uma partilha forçada!
Mendigos e loucos
que armas transportam
para as fogueiras,
a que algemas se querem acorrentar?
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