Bate
descompassadamente
um coração
animal
frente à
pastelaria Paris.
Sentada numa
mesa
diante da montra
farta
de bolos,
docinhos,
tartes e
tarteletes
está a moça de
baton vermelho,
riso de desdém
para quem a olhava,
Espreitei-a do
outro lado
sento-me mesa
com mesa,
pego num
guardanapo,
numa bic de
aparo fino
e declaro-me.
De rompante um
jovem homem
retira do saco
surrado
um oboé e toca.
Parou na ruela
da confeitaria
uma bicicleta
antiga,
a moça elegante
escapuliu-se,
monta à garupa e
parte.
As pontes
permaneceram pontes,
os rios correm
para o mar.
No meu dia não
deixo cair no
chão
a minha
declaração.
Acabo num
alfarrabista
da rua das
Flores
a folhear livros
antigos
de poesia.
Num silêncio
apropriado
esqueço o mundo,
as minha
desilusões.
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