quarta-feira, 26 de agosto de 2015

UM DIA DE INFÂNCIA

António Dacosta

UM DIA DE INFÂNCIA     

De ti ficaram
os Verões sadios
nadando nus
no límpido ribeiro
da aldeia.
Brincava-se à tona da água,
enroscavam-se nos pés
os nenúfares,
não tínhamos medo
e mergulhávamos
como peixes acossados.
Ficaram as  merendas
na mesa de acrílico
do quintal
com figos doces
pingo de mel,
pão de milho
e algumas fatias
de porco negral.
Ficou a sede infinita
de querer sempre mais
o nadar para além do rio,
o embarcar nas marés.

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