DIA
3 DE MARÇO
Ulmeiros
vergastados
pela chuva,
o
dia de granito.
O
tempo agastado,
escondido
no escuro
das
coberturas das entradas.
Os
sinos da igreja
rompendo
a aurora,
triste
mês de Março
de
pessoas fugidas
da
peste e da vida.
Os
músicos meio perdidos
dedilham
a viola na esquina,
o
moço loiro
dá
o olhar azul
à
moça do seu lado.
Juntam-se
as mãos
para
sorver o café negro, doce,
o
nevoeiro é cerrado.
Uma
gaivota pousa
na
ponta da mesa,
dá
uma bicada
no
croissant dourado.
Ah,
boca de espanto
querendo
pérolas rebolando,
quando
vem a Primavera,
eu
estou esperando.
Octávio de Sousa e Silva
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