terça-feira, 16 de janeiro de 2018

NOITE INVERNOSA


José González Collado
NOITE INVERNOSA  

Uma lata vazia
rola na rua húmida,
fria, encharcada
de poças de água.
Os pés escorregam
na viscosidade
lamacenta das ruas
conspurcadas…
A gabardine pinga,
dobra o guarda-chuva
a pressa é toda
para entrar na Império,
um galão a ferver
uma Glória crocante.
As pegadas  molhadas
ficam no hall,
o vento lá fora,
a sala é luminosa,
na mesa há papel,
caneta, inspiração,
tudo a postoa
nasça o poema.

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