Pilar Lópes Romano
INVERNOAs chuvas continuam
vergastam as janelas,
as vidraças enevoadas
escondem a paisagem!
Correm pelas colinas
as águas
que caem com ruído
nas valetas junto à casa!
Jardins vazios,
as sementes repousam
em silêncio
até à Primavera!
As ervas crescem
multiplicam-se,
apanham
palmo a palmo
a horta e o pomar!
A lareira é um refúgio,
frente a ela
fala-se de tudo,
do coração parado,
dos sonhos por realizar,
da colheita fraca,
do fumeiro atrasado,
do restolho
que ficou por apanhar!
Dos arranhões da alma
das mãos que sangram,
das orações
frente ao oratório antigo,
do destino comum,
da neblina a dissipar-se,
das cerejeiras em flor
da vida a passar!
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