Luís Morgadinho
GRITOS Ladram os cães
agarrando o osso,
com um ferro em brasa
deixam o ferrete
nas vítimas que estorvam
o percurso
na senda galopante do poder!
Espalham os restos
e riem-se
da esfrega animalesca
ditada pela fome!
Corneando afastam
os sarnentos,
apontando a sua inutilidade,
espremidos antes
hoje não servem para nada!
Só nos cresce o pranto,
a indiferença,
merecemos
o que nos acontece,
sem reacções, gememos,
enquanto botas ruidosas
passam por cima
dos nossos cadáveres!
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