Collado
CAFÉ DA ALDEIA
Quando eu era criança
senhora que se prezasse
não entrava no café sozinha!
Lugar de homens,
homens macho,
beata ao canto da boca,
emborcando copos de três,
jogando à sueca
com muita ordinarice à mistura!
Futebol, rameiras,
vidas alheias
perpassavam nas conversas!
Era rasca o café,
escuro,
aliviavam-se
numa barraca dos fundos,
voltavam à mesa descascada
pelo tempo e pelo uso!
Quebravam-se ali tensões
esqueciam-se desilusões
numa violência verbal afirmativa!
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