terça-feira, 22 de outubro de 2013

LIBERDADE


LIBERDADE

Sei lá como nasci
se com a cabeça redonda
a rasgar o ventre
da minha mãe,
ou de pés
ajustando-me ao útero,
não querendo ser capaz
de trocar a quentura
de um lugar,
pela aridez do desconhecido!
Sei sim que nasci pássaro
a planar com asas de papel,
onde cabiam poemas
riscando o céu!
Nasci a pensar
e penso ainda hoje
sem encontrar soluções
para este país tão doente!
Onde está a lógica
de sermos peças de xadrez
que não conseguimos controlar?
Veneramos uma elite
podre,
que nos reduz a pobres,
para continuar a enricar!
Pisam-nos,
humilham-nos,
reduzem-nos a nada,
e no entanto
continuámos a respirar,
com gritos afivelados nos olhos
e cavalos  feridos de Guernica
querendo cavalgar
em solos não contaminados!

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