Joaquim Durão
RUA
MORIBUNDA
Rua estreita
com fachadas
esfareladas,
deserta de
sentimentos
onde estão
as vendedeiras
de violetas?
Quem te quis
abandonada
de lojas
fechadas
e ausência
de gente?
Os poetas
ainda passam
por esta rua
esquecida
recitando
baixinho poemas!
Os namorados
tardios
beijam-se às
escancaradas
perdidos
nesta ruela,
encaixam bem
os poemas!
As velhotas
debruçadas
nas janelas
enferrujadas,
abrem a
madrugada
e enxugam
devagarinho
o orvalho
preso nelas!
Os raros catraios
reguilas,
espevitados,
roubam, da
frutaria triste,
as maçãs,
que não têm
em casa!
A vida é
processada
nesta rotina
parada,
diária,
as nossas
velhas sentadas,
em decadentes
esplanadas
tentam que a
vida sorria
nesta rua
que se apaga!
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