sábado, 30 de abril de 2011

DIA PERFEITO

J. González Collado

O dia era perfeito
a festa era a esperada:
anões, duendes, adivinhos,
feirantes, curandeiros, amantes,
e, um terreiro de turbantes
cantando a cidade esquecida!
Depois de muito comer:
frango, enchidos e pão,
depois de muito beber:
palhete, água-pé, e tragos de água ardente
de medronho,
sentamo-nos nos regaços
e demo-nos abraços onde cabia o nosso mundo!
Nos teus alongados braços
companheiro, esteios de milho e sargaço
construi neles a vida
e fiz lá a minha casa
ninho onde se esquece o cansaço!
Ai surpresa de fim de tarde
olhando estrelas cadentes
que riscam o céu de luz,
em hora de aroma a cravo
espalharam-se mil brilhantes
nos cabelos do Atlântico
e confirmaram o ditado
“Todo o amor é ardente”!

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